Christabelle Peters é escritora e teórica cultural. Atualmente, é professora de história cultural e política da América Latina na Universidade de Bristol e é especializada na interconexão entre raça e identidade nacional nos países de língua espanhola e portuguesa da orla Atlântica. É autora de Cuban Identity and the Angolan Experience (Nova Iorque: Palgrave Macmillan, 2012). O seu novo projeto, Angola after Colonialism: Race, Politics and National Identity (Bloomsbury/I. B. Tauris, livro a ser publicado futuramente) propõe um paradigma alternativo ao ‘Atlântico negro’ de Paul Gilroy para investigar a raça nas sociedades hispânicas e lusófonas. Para o centro de investigação artística do Hangar, em Lisboa, coordena o programa ‘Lisboa, África na Europa’, que investiga as possibilidades de uma conceptualização multilingue e multirregional da diáspora africana.

Sinopse

A ENTREVISTA
Dr. Christabelle Peters (com Catarina Simão)

As entrevistas são um marco da pesquisa social e fazem parte da paisagem mundana da nossa existência mediada. Entrevistas de rádio, entrevistas em revistas, entrevistas de televisão, perguntas e respostas de diretores em exibições de filmes… O formato de uma conversa guiada é algo que tomamos como garantido enquanto performance pública codificada da dança do relacionamento.

Mas se, como diz o sociólogo jamaicano Orlando Patterson, “todas as relações humanas são estruturadas e definidas pelo poder relativo das pessoas que interagem” assim, a sugestão é que as relações de poder estão na base das entrevistas. Investigadoras feministas, por exemplo, acreditam que a entrevista não estruturada pode neutralizar as relações de poder hierárquicas e exploradoras que eles acreditam ser inerentes à estrutura de entrevista mais tradicional.

Durante o curso da sua residência no Hangar, Christabelle Peters, académica e escritora Africanista sediada no Reino Unido, desenvolverá um trabalho multimédia crítico sobre a entrevista de investigação “pós-colonial” em colaboração com a artista portuguesa Catarina Simão. Inspirada por uma série de entrevistas com o recentemente falecido cineasta angolano, António Escudeiro, que Peters realizou durante o Verão de 2012 em Lisboa, a peça será inspirada numa variedade de métodos, abordagens e práticas (incluindo pesquisa qualitativa, estudos arquivísticos, cinema e performance) para explorar a dinâmica de poder interseccional envolvida por este encontro de grande alcance.

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